terça-feira, 27 de setembro de 2011

JMJ



Desde quando cheguei, ainda nao tive tempo de escrver sobre a JMJ, mas me proponho a fazer isso agora, embora seja muito difícil colocar em palavras tudo o que eu vivi.
Cheguei em Madri no dia 16 de Agosto e a cidade já estava toda tomado por Jovens do mundo inteiro, cantando, dançando, colorindo a cidade com suas bandeiras e camisas de seus países. Era uma alegria que contagiava e era impossível se sentir triste naquele ambiente.
A pergunta universal naquele início era : Where are you from? Todos queriam saber de onde o outro era, quantos quilmetros percorreu para estar ali, as dificuldades que passou, etc... e como era bom reconhecer no rosto do irmão a alegria de pertencer a uma Igreja que consegue reunir 2 milhoes de jovens de todos os continentes do mundo. Claro que naquele momento ainda nao tínhamos noção de números, mas era visível a grande variedade de povos de todas as raças, de todas as cores, de todas as línguas.



Na primeira missa celebrada na Plaza de Cibelis não consegui segurar a emoção na hora do Credo, Pai Nosso, no abraço de Paz, na hora da comunhão. O Credo e o Pai nosso eu rezei na minha lingua e ouvi outros jovens rezando na lingua deles, uma comunhão de sentimentos, a profissão de uma só fé, todos nós sabíamos o que o o outro rezava, o que o outro pedia e o Pai nos ouvia em diferentes línguas. Fico imaginando a alegria Dele...
No abraço de paz, receber o abraço de outras pessoas e em outras línguas também me emocionou. Só uma Igreja como a nossa pode nos permitir uma comunhão dessas, desejar a paz ao irmão, ao seu país, ao seu povo, num mundo que tanto precisa da paz do Cristo. No fim todos erámos um só corpo, unidos ao Corpo de Cristo na Sagrada Comunhão.

Nos dias que se sguiram tiveram as catequeses dados por bispos de diferentes cidades do mundo. Todas as catequese que eu assisti foram em Portugues, mas algumas tinham sotaques diferentes dos brasileiros. A catequese terminava com a Santa Missa e foi curioso perceber a mesma estrutura de missa entre todos os países, mas cada nação com um jeito próprio/cultutal de ser. Só a título de curiosidade, os angolanos dançam quase que a celebração inteira, e dizem que é o jeito deles de louvar e agradecer a Deus. Muito bonito.
A chegada do Papa Bento XVI parou Madri. Todas as Igrejas tocaram o sino ao meio dia, anunciando a sua chegada e a Juventude ansiosa por seu pastor gritava "Benedito, Benedito, Benedito" ou "Vive e se siente el Papa esta presente", era lindo de se ver e ouvir. Na acolhida do Santo Padre na Praça de Cibelis, todos os milhões de jovens ficaram atentos ao discurso do sucessor de Pedro. Cito sucessor de Pedro porque esse era justamente o motivo de 2 milhões de jovens ficarem em silêncio escutando a voz de senhor de 84 anos: acreditar que ali estava o alicerce da nossa Igreja, pastor com autoridade dada pelo próprio Jesus para conduzir e guiar a Igreja que Ele instituiu na terra. E como não podia ser  diferente, o Papa Bento nos encorajava e nos dava subusídios para seguir frmes na fé, tendo Jesus Cristo como nosso verdadeiro amigo. Transcrevo um techo de suas palavras:


"Queridos jovens, escutai verdadeiramente as palavras do Senhor, para que sejam em vós “espírito e vida” (Jo 6, 63), raízes que alimentam o vosso ser, linhas de conduta que nos assemelham à pessoa de Cristo, sendo pobres de espírito, famintos de justiça, misericordiosos, puros de coração, amantes da paz. Escutai-as frequentemente cada dia, como se faz com o único Amigo que não engana e com o qual queremos partilhar o caminho da vida".


Amigos e leitores, ser Igreja nos faz amar o Papa e amar o Papa nos leva a amar, com uma fé solida, Jesus.
Em paralelo a todas essas graças que aconteciam , um grupo de cidadãos esponhóis fazia protesto contra a chegada de Bento XVI, contra nós jovens que viviam a Jornanda Mundial e contra a Igreja. Acusavam-nos de todos os tipos de injúrias, chamavam o nosso Papa e padres de pedófilos, faziam chacota das nossas doutrinas e da nossa fé. Diziam ser um protesto de cunho econômico, mas humilhavam-nos com seus cartazes e olhavam com raiva para a nossa alegria. Mas eles não a tiraram de nós. Continuavamos cantando a alegria de ser Igreja, de seguir de Jesus e de ser "a Juventude do Papa". Assim como os primeiros Cristão, essas persiguições só fizeram aumentar nossa fé, o desejo de viver e morrer por Jesus. Fimes na fé, continuamos nossa Jornada.


Na via Sacra, as palavras do Papa nos deram a certeza de que estavamos no caminho certo:


"À medida que íamos avançando com Jesus até chegar ao cimo da sua entrega no Calvário, vinham-nos à mente as palavras de São Paulo: "Cristo amou-me e a Si mesmo Se entregou por mim" (Gal 2, 20). À vista de um amor assim desinteressado, cheios de admiração e reconhecimento perguntamo-nos agora: Que havemos nós de fazer por Ele? Que resposta Lhe daremos? 
São João diz claramente: "Foi com isto que conhecemos o amor: Ele, Jesus, deu a sua vida por nós; assim também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos" (1 Jo 3, 16)". 
 



Assim, os dias iam passando, com a rapidez de um furacão, era tanto coisa pra ser vivida pra ser escutada, que na hora não tínhamos a dimensão do que aquilo representava em nossa vida.
Na vigília com o Papa veio a minha frustação: eu não consegui entrar na arena de quatro ventos, os portões haviam sido fechados. Mas, permaneci em um estacionamento ao redor da arena, ouvindo pelo rádio as palavras do Papa, pegando também chuva e vento e me sentindo em comunhão com os que estavam lá dentro. As palavras de Bento XVI, mais uma vez, foram reconfortantes ao coração: "Queridos jovens, não vos conformeis com nada menos do que a Verdade e o Amor, não vos conformeis com nada menos do que Cristo" .


Na missa final, um sentimento de saudosismo já nos tomava conta, estava chegando ao fim a nossa Jornada, porém o Santo Padre nos pediu carinhosamento que disseminássemos tudo o que tínhamos ali vivido e solicitou para que levássemos a sua saudação para todos de nossa comunidade e o faço agora: queridos amigos e irmãos, o Papa nos ama e não cessa de rezar por nós! 
Em contrapartida ele nos pediu também para que rezassemos por ele e por sua missão... o Papa precisa de nós! Nas palavras de Bento: "A Igreja precisa de vós e vós precisais da Igreja". Descobri essa verdade em Madri. Ningúem vive uma fé sozinho, somos corpo onde Cristo é cabeça. A cabeça não vive sem corpo. O corpo não vive sem a cabeça. Irmãos, a Igreja é viva, a Igreja é Jovem.


Muitas outras coisas teria para partilhar com vocês, foram dias inesquecíveis na presença de Jesus Cristo, com a intercessão da virgem Santíssima. Conheci várias pessoas, falei outras línguas sem saber ao certo, troquei bandeiras, pulseiras, cds, tive um anjo ao meu lado (Dani estou falando de vc amiga, vc realmente foi um anjo de Deus!), compartilhei experiências, levei o meu carisma da Alegria da Ressurreição comigo e todos os meus irmãos de comunidade no coração (senti muito, muito a falta de vocês, viver a JMJ em comunidade deve ser ainda mais maravilhoso), rezei por todos os meus amigos e família, senti o Céu se abrir em Madri, com a presença viva do Espírito Santo a nos conduzir. Voltei cansada, mas com o coração explodindo de alegria por ter Jesus como amigo, por ter irmãos me ajudam na caminhada, por pertecer a Igreja Católica, esposa de Cristo, Mãe zeloza dos seus fiés, por amar o Papa e ter certeza que ele nos ama e reza por nós. Valeu a pena todos os sacrifícios, todas as renúncias, toda a mortificação. Até o Rio 2013, porque firmes na fé temos que começar a fazer discípulos em todas as nações.






Beijos no coração.


Ceylanne.

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